quinta-feira, 14 de março de 2024

Mandala de Mulheres 9 de março de 2024 - A Que Pesa a Verdade - A Terceira Mãe do Ciclo Lunar


 

Neste encontro trabalhamos regidas por um  mito da criação, resgatado por Jamie Sans,  As 13 Mães dos Clãs Originais. Cada uma delas resgata um aspecto da sabedoria feminina, cuja missão é trazer o equilíbrio perdido de volta a humanidade e ao planeta Terra.

Cada Mãe tem sua lunação, e o mês de março é a que  Pesa a Verdade.

Quando mais de uma mulher, se propõe a mobilizar um tema transformador, e quando este tema tem sua origem num povo originário, podemos nos conectar com energias sutis do campo coletivo e se estivermos dispostas a receber suas influências, podemos despertar sabedorias, emoções e fortes resistências dentro de nós. O aprendizado da alma se dá na observação mais profunda do movimento da vida, na escuta das “entrelinhas” do nosso cotidiano... Desafio cada vez maior nos nossos tempos de excessos. Por isso,  vez ou outra cabe a ousadia de  se lançar em experiências compartilhadas em grupo, que busquem estimular visões mais subjetivas, simbólicas, que nos convide a ir um pouco mais além da visão comum. As mulheres, os artistas, as crianças, os indígenas .... têm estas “manias”.

Com este objetivo, lá fomos nós, encarar a dinâmica da verdade, a ciência de ser movidas por ela. Eu, psicóloga arteterapeuta e Marta Medeiros, focalizadora de danças circulares, resolvemos compor uma vivência com escuta da história, dança das etapas narradas nela e depois sentarmos em roda e nos ouvir.

O momento é sempre único, mesmo que acreditemos estar no controle da situação. Sim, a gente ainda insiste nesta bobeira.

A semana que antecedeu o encontro foi difícil, fiquei doente, tinha dúvidas se conseguiria estar presente e com energia. Decidi ir , mesmo ainda doente, confiando na energia da cura e do grupo. Na noite anterior, dia Internacional das Mulheres, assisti um espetáculo com uma atriz indígena, fiel a sua língua materna, que por sua vez significa “fala verdadeira” e o qual me tocou profundamente. Minha vulnerabilidade me convidava à humildade. Fiz ajustes e usei da prática simples da verdade para me equilibrar. Aceitei meus limites e os que foram apresentados, quando por exemplo o som da sala não funcionou.

 

As sincronicidades seguem se manifestando em detalhes e belezas; duas participantes faltaram, outra precisou sair antes do final e no fim éramos 13 mulheres!

Os ventos entravam de formas diversas na sala, vento forte, vento leve, vento com chuva, sem vento... e  assim que contei a seguinte História

 

Mãe do Terceiro Ciclo Lunar

 

Pesa a Verdade sentou -se em sua cabana circular feita de barro e galhos de bétula. Era uma noite de verão e la não precisava do fogo para se aquecer durante sua meditação. Nessa noite ela estava acompanhada do espírito da Coruja, animal totêmico que tem o poder de eliminar a mentira e a decepção.

Pesa a Verdade se confrontava com uma situação na qual suas habilidades para encontrar o equilíbrio da justiça eram demandadas. Alguns dias antes, duas mulheres da tribo vieram até ela para lhe pedir um julgamento.

Àguas que Correm havia acusado Ganso Azul de ter pegado, às escondidas, mais do que lhe era devido do depósito comunitário de alimentos. Por sua vez, Ganso Azul acusava Aguas que Correm de espalhar boatos a seu respeito, de ser mexeriqueira e de se intrometer no Espaço Sagrado alheio.

A Guardiã da Justiça passou então quatro dias e noites pesando a questão. Quando o Avô Sol se levantasse no próximo dia, ela anunciaria sua decisão perante o Conselho da Tribo. Para enxergar além das ilusões desse situação conflituosa, Pesa a Verdade dirigiu-se às quatro direções e pediu a orientação dos Quatro Ventos. A cada noite ela se dirigiu a uma direção fumando seu Cachimbo com tabaco sagrado, invocando os espíritos de cada direção.

Na primeira noite, o Vento do Leste lembrou-se de que quando se clareia uma situação com a luz do amor incondicional, a luz do Avô Sol ilumina o buscador para que sua visão esteja livre de preconceitos. Na segunda noite, os Espíritos do Sul lhe falaram sobre as lições de humildade e inocência que precisavam ser aprendidas nessa situação.  Na terceira noite, ela chamou o Vento do Oeste que respondeu mostrando-lhe como sua decisão poderia afetar o futuro das duas mulheres da tribo até mesmo das gerações vindouras. Quando o quarto dia chegou, o Vento do Norte soprou, e Pesa a Verdade sentiu toda gratidão pelas respostas já recebidas e pediu a cura de todos envolvidos na situação.

Ela chamou o espírito da Coruja, guardião da direção de cima. Chamou também o guardião da direção de baixo, a Doninha, cuja qualidade é a de observar as evidências para trazer a verdade à Luz. Pediu a presença do Corvo, cuja sabedoria e discernimento destroem a decepção. O quarto espírito totêmico a se apresentar foi o Crocodilo, que auxilia a digerir e assimilar a verdade. A presença dos animais de poder fortaleceram as habilidades de julgamento de Pesa a Verdade.

Para chegar ao âmago da questão, ela tinha que olhar para aquilo que estava por trás da situação e das atitudes daquelas mulheres. Ela viu com clareza que o que movia Ganso Azul era a culpa, pois ela se sentia culpada por haver perdido seu filho caçula na última lua da fome. Seu trauma era tamanho que mesmo tendo alimento suficiente para si e sua família, escondia-se para pegar mais comida no depósito da comunidade.

Águas que Correm, por sua vez, era dominada pela carência. Em sua infância, com 20 irmãos e irmãs, sua mãe mal decorava o nome de todos. Ela não tinha nunca quem a ouvisse ou se interessasse por suas palavras, assim, quando adulta, tornou-se uma faladeira compulsiva, sempre chamando a atenção para si e causando estardalhaço.

Quando o Conselho da Tribo reuniu-se para ouvir a decisão de Pesa a Verdade, as duas mulheres se apresentaram, ela olhou com bondade nos olhos de cada uma e proferiu seu veredito.

“Para que o equilíbrio se restabeleça em nossa tribo, em suas famílias e em seus corações, ambas precisam passar por experiências curadoras. Durante as p´roximas 13 Luas, Ganso Azul irá trabalhar algumas horas a mais para recolher frutos e tibérculos e vai distribui-los às famílias que tiveram algum membro morto pela fome. A cada semana ela irá ajudar uma dessas famílias, vai conviver com pessoas que passaram pela mesma dor de ter os filhos mortos pela fome ou vai cuidar das crianças cujos pais se foram pela mesma causa. Enquanto isso Águas que Correm irá acompanha-la em silêncio, apenas observando sem proferir uma palavra sequer, pelas próximas 13 Luas”

E assim, a decisão foi acatada por todos.

 

13 Luas se passaram, ao final das quais o Conselho reuniu-se novamente para ouvir o relato das mulheres.

A primeira a se pronunciar foi Ganso Azul: “ Neste tempo de cura, aprendi que cada membro da tribo também já sofreu com perdas. Compartilhei minha dor e me desfiz do medo da escassez que me atemorizava. Estou em paz comigo mesma, pois não carrego mais a culpa e a vergonha que toldavam meu espírito. Minha família agora se estende além dos laços de sangue, pois amei cada criança que tomei aos meus cuidados”

Águas que Correm, que não havia pronunciado palavra há 13 Luas, levou alguns minutos para reencontrar sua voz. “Essse tempo de cura mudou completamente minha atitude, meu caminho e minha compreensão de mim mesma. Ao ouvir as histórias dos outros, via e ouvia minha própria história de transformação. Compreendi profundamente a necessidade que eu tinha de ser reconhecida como uma pessoa valorosa. Aprendi a deixar de lado a crítica, o julgamento e ter compaixão por mim e pelos outros”

As duas mulheres, agora amigas de coração, estavam extremamente gratas a Pesa a Verdade, por sua sabedoria ao dar a elas aquilo que precisavam para cura de suas almas.

(tradução livre do livro The Thirteen Original Clan Mothers, Jamie Sans)

 

 

As Danças


A primeira dança Circular foi Conectando Corações

Uma dança sutil de muita  reverência e que tinha um momento muito delicado onde nos movíamos tocando o coração uma das outras, formando uma corrente na altura do cardíaco


A segunda foi uma dança infantil, um brinquedo de roda para olhar no olho, tocar e confiar na dupla e manter a dança.

Brincadeira, choradeira pra quem vive uma vida inteira! Mentirinha, falsidade, pra quem vive só pela metade!


A terceira reverenciar a Mãe Terra para se estruturar e decidir

PachaMama

A quarta uma reunião de movimentos mais livres para agradecer e curar

Um ponto forte de energização e conexão

 

Com esta qualidade de energia nos sentamos para nos sentir e ouvir. Infelizmente não tínhamos quatro noites nem o apoio dos animais de poder. Mas conseguimos nos expressar com afeto e verdade. Era nítido que não éramos as mesmas depois daqueles ventos especiais.

A Extensão da experiência é responsabilidade de cada uma. Os ciclos são necessários, tudo tem seu tempo


Até a próxima!

Grata pela presença e confiança!

 

 

 

domingo, 18 de fevereiro de 2024

DANÇA CIRCULAR e RODA de EMPATIA Temática




 Nutrindo os Elos com a Sabedoria Ancestral





 

  Após cinco anos sem um encontro, realizaremos esta celebração numa Roda de Danças Circulares Sagradas conectadas ao Mito das Treze Mães do Clã Original, resgatado pela escritora norte americana Jamie Sans, no seu livro "The Thirteen Original Clan Mothers" (1993). Cada Mãe do Clã representa um arquétipo da sabedoria feminina e juntas formam o Círculo de Mulheres Sábias com a missão de trazer o equilíbrio de volta ao Planeta Terra , a partir do resgate dos valores da  humanidade.

 O Mito nos inspira muitos percursos, alguns já trabalhados em outras Mandalas de Mulheres.

 Desta vez com a parceria de Marta Medeiros, focalizadora experiente das Danças Circulares, vamos buscar a conexão com a terceira Guardiã , "A Que Pesa a Verdade", a Guardiã da justiça. Ela nos ensina o equilíbrio da ação e reação, o processo da força e da vulnerabilidade dentro de nós como possibilidade de expansão . 
   Sua palavra chave é a COMPAIXÂO.

"Quando curamos nós mesmas, outros são curados. Quando cultivamos nossos sonhos, nós damos vida aos sonhos da humanidade. Quando andamos como faces de amor da Mãe Terra, nós nos tornamos Mães da Força Criativa, férteis e capazes de dar vida. Quando honramos nossos corpos, nossa saúde e nossas necessidades emocionais, nós criamos espaço para nossos sonhos se tornarem realidade. Quando falamos a verdade a partir de nossos corações, nós promovemos a continuidade da abundância da vida no nosso 
Planeta Mãe."

  A Dança Circular cria Mandalas em movimento , organizando e desenhando no espaço um campo de virtudes que se queira mover. 
  A Roda de Empatia, nos princípios da escuta da não-violência, exercita um caminho de conexão verdadeira por meio da escuta sem julgamento, opinião ou conceito.
  Esse será nosso movimento , será um prazer incrível receber vocês neste lugar de tanta harmonia que é o Pulsare Práticas Corporais.



Será também uma homenagem a nossa amada Angelica Rente, grande propulsora das Rodas de Empatia e das Danças Circulares, que tornou-se uma mandala viva em nossos corações após sua partida em 2020.



 

sábado, 24 de fevereiro de 2018

Roda de Empatia temática - DIMENSÕES DO FEMININO






Roda de Empatia temática - DIMENSÕES DO FEMININO

O próximo encontro da Mandala de Mulheres no dia 08 de março de 2018 dará prosseguimento ao objetivo do último encontro em 2016, reunir mulheres e homens para pensar juntos sobre o processo de equilíbrio das forças femininas e masculinas no mundo atual.

A proposta consisti em ir além das necessidades dos gêneros e partir para o cuidado mútuo com a nossa humanidade. Abordar igualdade como evolução da nossa convivência, onde cada qual se responsabiliza em contribuir na construção. 

Destacamos como elementos norteadores do encontro:

Sensibilidade como poder
a sensibilidade é uma porta de comunicação do ser humano com suas emoções e também com o mundo exterior. Seu desenvolvimento traz qualidade a esta relação, aperfeiçoando todos nossos sentidos

Feminino como força humana interior
O feminino como força não é uma causa, ou oposição, é um elemento da natureza que habita o ser humano. Pela sua qualidade, inclusive física, muitas vezes se manifesta em maior proporção na mulher. Ele envolve dentre muitas coisas os aspectos flexíveis, receptivos  e expandidos da natureza. Como virtude sustenta a sacralidade das coisas , o sentido das artes, da criatividade e afetividade. 
O feminino é o propulsor do movimento da vida.

Escuta ativa como ferramenta de integração
Convivemos desde sempre com a disputa do certo e errado dentro de nós, do superior/inferior e tantos outros juízos de valor que interferem na nossa forma de abarcar o mundo e o outro em nós.
Ouvir é uma via de conexão que foi muito prejudicada por estes conceitos. Escuta ativa é buscar reconectar o ouvir com o coração e reconhecer nela uma possibilidade de desenvolver a compaixão.
O diálogo entre mulheres e homens sofrem também a interferência de todo uma história de conflito e desigualdades que estamos buscando curar nas relações parentais, sociais e individuais há muito tempo.
Pela complexidade e urgência deste trabalho acreditamos no apoio mútuo e constante para refinar o dom desta escuta empática . E confiamos neste processo como um grande exercício de transformação pessoal.


A focalização deste encontro será compartilhada por um grupo de amigos pesquisadores da Comunicação Não Violenta 

Katia Silva   Angélica Rente  Caio Bessa e  Vera Lucia Galli


dia 08 de março de 2018


horário 19:30 as 22h

local Pulsare Práticas Corporais
Rua Restinga 113 - Sala 112. Tatuapé. 
Próximo ao metrô Shopping Metro Boulevard Tatuapé 

Contribuição por corresponsabilização financeira : 
será compartilhado o custo do evento com o grupo no inicio do trabalho e cada qual fará uma contribuição que considere confortável para si e sustentável ao grupo em envelope reservado


se você tem facebook acesse o evento para acompanhar os informes e fazer sua inscrição

https://www.facebook.com/events/1469553663156023/

domingo, 30 de outubro de 2016

IMPRESSÕES SOBRE ESCUTAS DA MANDALA COM HOMENS E MULHERES - out 2016



No dia seguinte a primeira Mandala de Mulheres incluindo homens como participantes da roda, com a história "O que toda Mulher quer?" contada por Cauê Procópio.  Sai da roda com a sensação de desorientação, típica dos processos de mudança de paradigmas mentais e acordei com uma intensa dor de cabeça, Fui então recolhendo as escutas da roda vivas dentro de mim,  as emoções, as palavras, as expressões e a dança circular do final, onde  nos perdemos, nos re-unimos e reencontramos o caminho.

Destes recortes fui montando minha mandala


O que queremos?



                Cura   Inteireza   Aceitação   Amor   Autonomia    Evolução

                               
                                Paz e Liberdade para ESCOLHER

                              
                             PODER expressar nossas ESCOLHAS




Senti estas virtudes pulsantes dentro de nós querendo espaço para atuar, mas no entorno delas também nos deparamos com barreiras criadas por dores, medos, exigências e outras tantas razões.

Como a personagem do cordel, por vezes também comprometemos nossa beleza e somos convidados pelo incômodo odor da inércia a lavar nossas janelas pra ver e ouvir melhor. Também parece imprescindível, aceitar a união como caminho de reconstrução.




Sobre a natureza feminina e masculina


Os corpos humanos revelam a natureza feminina e masculina expressando-se com belezas e ritmos distintos. A porção de cada elemento está contida em suas glândulas, seu psiquismo, ou onde se queira  procurar Cabe a cada um o desafio de transformar esta alquimia num ser único. 
Essa realidade difere muito de se enquadrar num modelo qualquer de homem ou mulher. Trata-se de um intenso, delicado e complexo processo, chamado processo de individuação. È dele que falam os mitos, as histórias de heroinas e heróis, reis, princesas ...   Sua percepção e compreensão é essencial para qualidade de troca e apoio nas relações afetivas consigo e o outro, bem como a própria conexão com o sentido da vida.


Um corpo de mulher é intensamente arrebatado por mudanças hormonais e físicas que lhe impõe limites. Seu ciclo é lunar e ela  precisa-se atendê-lo. Quando ela passa a participar do ritmo acelerado e produtivo da sociedade afinada no ritmo masculino por séculos, desafio de alterar o ritmo passa a ser coletivo.  O ritmo feminino se unindo ao masculino na regência da manutenção e crescimento da vida humana no planeta, relembra a todos que a dança-vida é de um compasso diverso. Que esta afinação precisa de escuta, pausa. 

Porém na psique humana feminino e masculino são porções parceiras desde sempre e necessitam desta afinação para encontrar suas dissonâncias no mundo das sombras e vencer o desafio de tornarem-se inteiros. A porção feminina transita com mais  intimidade no mundo interior enquanto a porção masculina traz razão e consciência. Precisamos cuidar destes e outros aspectos para dar um salto de evolução interior (paz e discernimento) e exterior (harmonia, prosperidade e equilíbrio como humanidade)

Algumas propostas de cuidado 

Na arte, onde a liberdade impera, estes encontros com a luz e a sombra podem ser mais seguros e por isso tornam-se tão valiosos e indispensáveis.


Quanto ao cuidado com as diferenças no ritmo cotidiano, penso que nós mulheres precisamos continuar recuperando nossa cumplicidade para cuidarmos umas das outras, para nos sentirmos mais fortes com nossos corpos e nossas naturezas receptivas, visitar a Lua juntas sempre que possível.


Os homens por sua vez, quanto mais se encantarem com este desafio de rever  sua relação com as mulheres, poderão sentirem-se mais convidados a descobrir seu ritmo feminino interior, desacelerar, observar a natureza das coisas e servir a vida com sua sabedoria mais afinada ao seu pulso masculino de foco e decisão. Não se trata de reverência a alguma superioridade de um ou outro, mas a descoberta de um aspecto que em si pode estar encoberto mas é tão vivo quanto.


No mundo cotidiano precisamos estender a consciência do cuidar para todas as instâncias, conscientes da rede diversa e colorida que somos e de aceitar a vulnerabilidade como principal verdade de nossas vidas.


por hoje é isso...

   G R A T I D Ã O  
a cada uma e cada um que ouviu nosso chamado e abriu sua escuta para este encontro

Katia Silva 
29.10.2016 











acesse o cordel O que toda mulher quer? Cauê Procópio

https://www.youtube.com/watch?v=Thjuizt2Fqo









segunda-feira, 10 de outubro de 2016

MANDALA DE MULHERES - especial para Homens e Mulheres





convidado especial - Cauê Procópio

 contando o cordel 


“O que toda mulher quer?”





Na Mandala de Mulheres as histórias e seus arquétipos são reconhecidas como um fio condutor para a compreensão dos desafios humanos. Desta vez o círculo está aberto também para os homens num assunto do maior interesse.

“O que toda Mulher quer ?” é a história em forma de cordel, que o músico e compositor Cauê Procópio nos conta, desafiando a busca incansável do equilíbrio das forças do homem e da mulher .

Faremos após a narrativa uma roda de Conversa sobre as impressões geradas buscando traçar um paralelo com a realidade que enfrentamos nos dias de hoje. Exercitando a escuta empática e a troca de percepções como processo de aprendizado.
Será uma grande oportunidade de diálogo envolvendo tantos sentimentos e expectativas diante de um tema tão urgente para nossa convivência amorosa. Esta história nos possibilita uma imersão num simbolismo pouco comum nos contos de fada, onde masculino e feminino unem forças contra o mal.


Data 28 de outubro
horario das 19:30 as 22:30



Sustentação material do evento
Convidamos a todos a praticar uma forma de co responsabilização financeira, que consisti em cada um contribuir livremente, conscientes que há necessidades materiais dos envolvidos na realização a serem atendidas.



local Pulsare Práticas Corporais
Rua Cristais 48, Tatuapé - São Paulo

Focalização  Katia Silva, Angelica Rente com apoio dos integrantes do Grupo de Práticas de Comunicação Não-Violenta do Tatuapé 





sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

8 de MARÇO com Dança Integrativa

Neste 8 de Março de 2016, a  MANDALA DE MULHERES 
será um encontro de Dança

 

Espero vocês com um tablado especialmente preparado para o seu reencontro com a dança mais íntima que  habita o teu ser mulher. Aquela que movia o corpo da menina pelos cômodos da casa ou dos quintais. Aquela que dançava nos palcos do seu sonho e movia suas fantasias. Aquela liberada pelas velhas senhoras que tudo viveram e sabem o que vale a pena conservar.
Katia Silva

Local : Pulsare Práticas Corporais  Rua Cristais 48  Tatuapé SP     Horário  das 19.30 as 21.30
Contribuição consciente e voluntária 

Inscrições e informações -  katiasilva386@gmail.com





“ ... que você sempre se lembre de estar conectada à alma, se for visão e força o que deseja,
... e de estar conectada ao espírito, se for energia e determinação que necessitar para agir pelo seu próprio bem e pelo mundo,
... e , se for sabedoria o que quiser, que você sempre una o espírito à alma, ou seja, una ação à paixão, a ousadia à sabedoria, a energia à profundidade... e convide todos os aspectos da psique para o hierosgamos, esse matrimonio sagrado.
... Assim, filha querida, anime-se e inspire-se.
...Assim, que você escolha o que tornar maior, não menor, seu coração, sua mente e sua vida.
...que você escolha o que a faça dançar, não mais andar pesadamente nem cochilar pelo tempo afora.
A alma e o espírito têm admiráveis dons do coração.
Trate de usá-los.
A alma e o espírito têm admiráveis dons do coração.
Trate de desdobrá-los.
A alma e o espírito têm a capacidade de ver longe, remar muito e se curar razoavelmente bem.
Trate de usá-la”

Ciranda das Mulheres Sábias – Clarissa Pinkola Estés, pg 23

Para saber mais sobre Dança Integrativa acesse 


https://www.facebook.com/DancaIntegrativa


sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Abayomi - Vivência em Arteterapia




Encontro de 12.09.2015 Katia Silva e Robinson Oliveira

Abay – Encontro
Omi –  Precioso 

língua iorubá – um dos maiores grupos étnicos da África Ocidental


Para a confecção da boneca Abayomi criamos um autêntico encontro precioso. Mergulhamos na sua origem e simbologia recebendo sua história de corpo e alma. Como define Fayga Ostrower, artista e pesquisadora do potencial criativo, o ato criador abrange a capacidade de compreender e por sua vez de se relacionar, ordenar, configurar, significar.

Traçamos um caminho iniciando pela experimentação sensorial, partindo do próprio corpo, suas formas e possibilidades nas propostas de Dança Integrativa.
Envolvemo-nos em grandes tecidos como peles coloridas e saias dançantes.Nos ritmos africanos criávamos movimentos e sintonias. Uma dança coletiva para saudar o berço da semente humana, nossa Mãe África e o próprio elemento terra que nos compõe.

Com o corpo e os sentimentos mais despertos, o lúdico foi se  encarregando  de trazer a criança interior. É ela que abre as portas do psíquico e imaginário, com seus olhos conseguimos nos desligar da forma e entrar num processo de entrega para o novo.

O professor, artista e guardião do conhecimento, Robinson de Oliveira nos guiou o aprendizado.  Há três anos ele encantou-se pelas Abayomis  e desde então dedica-se a  criá-las e vende-las junto as Festas da Cultura Popular Afro-brasileiras em São Paulo. A influência de suas origens moçambicana e senegalesa, revela-se na riqueza de  expressividade de suas bonecas. Sua didática é simples e sua intenção forte. A história lhe fascina, traz uma singular emoção para contá-la. O amor tece este vínculo especial , como  filhos e filhas renascendo uma cultura. 
Neste ambiente fomos desenvolvendo cada um a sua boneca, vivendo uma série de surpresas em sua simplicidade e originalidade. Encontros pessoais com memórias, sensações e muito carinho.










A delicadeza  na resistência.

Uma Abayomi é feita de nós. São eles que lhes dão forma, expressão, estrutura e resistência. Ela deve ser feita para durar, não se desmanchar por qualquer adversidade. 
As roupas trazem a cor, o gênero, a personalidade. 


Os rostos sem marcação de olhos ou boca nos abre um portal ao imaginário e num instante estabelece- se uma conversa entre criador e criatura.



A cor preta expressa sua inegável origem, mas também  faz a  ponte com o inconsciente. Seu rosto poderia revelar nossos segredos?... Quem sabe?


Entre a força e a delicadeza, nelas também amarramos aprendizado, conexão, inspiração, criatividade, feminilidade ... Na inspiração de sua origem, pensamos na humanidade e sua complexidade, na educação das  crianças e no poder das virtudes e intenções que movemos.
Assim, nesta  atividade tão simples junto a alta qualidade de um grupo disponível, conseguimos mover todos os elementos que dão sentido a prática da Arteterapia.

Segundo Jung, em ultima instância, toda criação do espírito humano tem suas raízes no inconsciente coletivo, com suas incontáveis estruturas psíquicas sem forma – os arquétipos - que se tornam visíveis com os meios apropriados. (Grinberg , 1997)
No mistério do ato criador, o artista mergulha até as funduras imensas do inconsciente, dando forma e traduzindo na linguagem própria de seu tempo as instituições primordiais em formas com qualidades artísticas e assim, tornando acessíveis a todos as fontes profundas da vida (..) O processo criador consiste numa ativação do arquétipo, em seu desenvolvimento e sua tomada de forma até a realização da obra perfeita . (Nise da Silveira, Jung, p.161-6)






Quando retomo aqui este processo, medito sobre esta rede de saberes que podemos acordar e o quanto de diferença eles podem fazer na relação comigo o outro e o mundo. Penso sobre o consumo, e sua interferência na essência do brincar, sobre a qualidade do tempo que dedicamos ao outro e quantas coisas podem ser destruídas pela absorção inconsciente de valores distorcidos fruto da manipulação de algum poder obscuro.

Nesta tarde de setembro,  nos mobilizamos física, motora, psíquica, criativa, social e espiritualmente apenas confeccionando bonecas e eu, ainda  sigo elaborando o significado da palavra resistência  e muitas outras cada vez que faço outra boneca.

Encontro precioso traz consciência, acalma, aproxima e enriquece nossa vida, que venham muitos!!! Estamos abertos para realizá-los em muitos outros lugares.

Salve todos os círculo e  movimentos de mulheres neste país, 
Salve os educadores, arte educadores que estão amarrando estes valores nas escolas,
Salve os institutos,ongs, associações e lares brasileiros. Estamos juntos!!!

Texto - Katia Silva – Psicóloga e Arteterapeuta

Fotos – Sattva Orasi
Bonecas  - Robinson de Oliveira Estevam


A história da origem das Abayomis
Para acalentar seus filhos durante as terríveis viagens a bordo dos tumbeiros – navio de pequeno porte que realizava o transporte de escravos entre África e Brasil – as mães africanas rasgavam retalhos de suas saias e a partir deles criavam pequenas bonecas, feitas de tranças ou nós. Essas bonecas eram feitas para que as crianças não chorassem, pois se isso acontecesse eram lançadas ao mar, algumas vezes com suas mães. Depois, já em terra, as bonecas acalentavam as crianças, evitando que chorassem e isso guiasse os capitães do mato até eles. As bonecas, símbolo de resistência, ficaram conhecidas como Abayomi, termo que significa ‘Encontro precioso’, em Iorubá, uma das maiores etnias do continente africano cuja população habita parte da Nigéria, Benin, Togo e Costa do Marfim.
Sem costura alguma (apenas nós ou tranças), as bonecas não possuem demarcação de olho, nariz nem boca, isso para favorecer o reconhecimento das múltiplas etnias africanas.
As bonecas podem ser consideradas amuleto de proteção.

(Texto de Simone Frenkelis, participante da vivência, a partir de pesquisa no site www.afreaka.com.br  http://goo.gl/LsPWia. e narrativa de Robinson de Oliveira Estevam)


Dentre as muitas pesquisas que realizei quero destacar este video.  Para mim representa o maior sentido de multiplicar as Abayomis

https://www.youtube.com/watch?v=OMnvx8t-Q8k